A estrela principal da festa

Um dia após uma dura batalha, nada melhor do que alimentar bem seus guerreiros vitoriosos para o próximo embate. Foi isso que o Sport fez ontem, numa churrascaria da cidade, onde o elenco, comissão técnica e dirigentes se reuniram para festejar a histórica conquista sobre o Náutico, que garantiu o segundo pentacampeonato estadual para os leoninos. Como não poderia ser diferente, entre uma garfada e outra, muitas brincadeiras, risos e clima de descontração total após o dever cumprido. Até mesmo o geralmente pouco sorridente treinador Givanildo Oliveira era só alegria e, juntamente com o preparador físico Wellington Vero, acabou liberando a entrada a imprensa no local reservado à festa dos rubro-negros. E sem sombra de dúvidas, o jogador mais festejado entre os presentes foi o atacante Leandrão. Autor do gol do título, o centroavante deixou a situação de bastante contestado pelos torcedores para herói do pentacampeonato.

Apesar de ter marcado apenas três gols com a camisa leonina, o grandalhão de 1,89 metros e emprestado pelo Internacional teve a estrela para o seu terceiro tento na competição ser justamente o que manteve vivo o sonho do hexa estadual do Leão. “Eu não imaginava nunca que poderia ser o autor do gol do título, pois não vinha sendo o titular. Mas depois que o Dairo se machucou, ai comecei a imaginar que teria essa chance e me concentrei muito para jogar bem nesses dois últimos jogos e consegui”, comentou Leandrão, que não pestanejou ao ouvir a solicitação dos fotógrafos e cinegrafistas para posar para os flashes com a taça de campeão. “Pesada né?”, brincou. Um fato curioso é que quando marcou os dois gols com a camisa do Sport, na vitória sobre a Cabense, fora de casa, Leandrão foi questionado sobre qual música pediria no Fantástico, programa da Rede Globo, caso marcasse o terceiro gol. Na ocasião, ele respondeu que seria “Viva La Vida”, da banda inglesa Coldplay.

Ontem, novamente, ele foi questionado sobre qual seria a perfeita trilha sonora para o tão festejado pentacampeonato e o herói leonino repetiu a dose. “Queria que tocasse Viva La Vida novamente. Essa música significou muito para mim. Quando tive uma lesão seria atuando pelo Internacional, passei minha recuperação ouvindo essa música várias vezes. Depois procurei a letra e vi que ela tem muita a ver comigo”, explicou.

Entre os festejos e congratulações ente os próprios rubro-negros, um assunto não podia passar batido: as gozações com o atacante Carlinhos Bala nas comemorações após a partida. “Foi uma declaração muito infeliz (Bala se intitulou o Rei de Pernambuco, após eliminar o Santa Cruz). Não foi ruim apenas com os adversários, mas até mesmo com os próprios companheiros. Se eu estivesse no mesmo clube e ele afirmasse ser o rei, eu entenderia que ele me acha inferior a ele. Mas foi bom serviu de motivação para cada jogador do Sport, que tirou forças dessa frase”, disse Leandrão, para depois mostrar habilidade para explicar de quem foi a ideia de comprar as coroas utilizadas pelos jogadores. “Eu não sei de onde surgiu aquelas coroas. Me deram e eu coloquei”, despistou aos risos.

Matéria publicada na Folha de Pernambuco, 07.05.2010